sábado, 29 de janeiro de 2011 | By: Mari

Paris como sempre, Paris como nunca (II)

"A principal diferença entre albergues e hotéis é que os últimos oferecem apenas quartos privativos, enquanto os primeiros também oferecem lugares em dormitórios que podem ter de 4 a mais de 20 camas".

Não mesmo! A principal diferença entre albergue e hotel é que o último é muito melhor que o primeiro! É bem verdade que apesar do cheiro de incenso e as intermináveis escadas, nosso albergue nos atendeu muito bem, principalmente depois da simpatia dos nossos amigos árabes ao receberam nosso pedido de desculpas por não termos pago a última diária. Mas depois de duas noites dormindo no aperto do Mendoza (pra eu pegar as coisas na minha mala, Tatynha tinha que levantar a dela e vice-e-versa)e outra na cabine balançante do trem, passar a noite no hotel três estrelas em Paris foi uma experiência incrivelmente prazerosa. Caminhar no quarto, espalhar as tralhas no chão, banheiro com box... hum, que maravilha!

Aproveitamos nossa noite de luxo, bem como o café da manhã. Nos empacotamos toda e fomos curtir nossa vida de turistas. Passamos a manhã no Louvre, que é como Paris: enorme e cheio de grandes obras de arte. Teria ficado o dia inteiro por lá, mas a falta de tempo e o excesso de peso na bolsa não permitiram. Mesmo assim, passamos horas admirando quadros incríveis (fico sempre babando com a capacidade desses artistas de iluminar a tela e fazer tantos detalhes que na maioria das vezes passam depercebidos numa primeira vista)! Também gastamos tempo olhando umas outras obras que sinceramente não entendo o motivo de terem tanta repercssão. Uns pedaços de pedra que não diziam nada, outras esculturas esquisitas, enfim. Aquelas coisas que a gente vai, olha, tira foto, mas não acrescentam nada na vida de ninguém (espero que nenhum artemaníaco leia isso ^^).

Depois do roteiro cultural/artístico fomos para o momento mais esperado: a torre! Pausa para observar que a dupla mais lenta de Natal dominou os mapas e diversas linhas de metrô em Paris com perfeição nunca antes vista na história daquele país. Íamos de um lado pro outro sem qualquer dificuldade na direção (tudo bem que a sinalização da cidade é impecável, mas isso a gente desconsidera)! Enfim, dois GPS em pessoa!

A maestria com o transporte nós compensamos com a dificuldade em controlar o tempo. Simplesmente não conseguíamos sair do lugar onde estávamos. Tudo nos impressionava e era difícil decidir visitar outra maravilha francesa. Justamente por isso nosso tempo com a torre ficou um pouco apertado. Duas das quatro entradas estavam fechadas e nós gastamos quase duas horas pra conseguir subir. Eu estava realmente disposta a encarar os mais de 300 degraus até o segundo andar da torre, mas como o frio destruiu toda a minha animação e a nenhuma disposição de Tatynha, resolvemos subir de elevador (?).

Ai, aquela vista, aquela sensação, aqueles segundinhos até chegar lá em cima são impagáveis! Mas melhor ainda é estar lá em cima, é olhar aquela cidade do alto, é experimentar a sensação que vc sempre imaginou que teria quando via as fotos dos amigos ou pela internet. Vc tá ali. Agora vc ó dono daquele momento, vc viveu, vc sentiu, vc viu. Agora sim vc tem a sua história, a sua experiência pra contar. E isso não tem preço!

Subimos, quase morremos congeladas, fotografamos e eu, como sempre, boquiaberta com o presente maravilhoso que Deus tá me dando!

Depois do momento "nãoacreditoqueeutoaqui" saimos correndo (literalmente) pro Teatro Bobino. É que tinhamos comprado ingressos pra assistir ao show do Voca People (\o/\o/\o/) as 15 (horário promocional) e adivinhem? Estávamos atrasadas, claro! Pegamos o metrô desesperadas, certas de que não conseguiríamos entrar. Descemos na nossa parada e pela primeira vez ficamos na dúvida a respeito de que direção tomar :P

Mariana (que em francês só sabe fazer o bico): Tatynha, pergunta ali pras senhoras como chega.

Tatynha pára e fica olhando pro tempo.

Tatynha: Como eu construo essa frase em francês?
Mariana: Ah, Tatynha! Po, a gente ta atrasada! é só dizer: "Bobino, civuplê!" Não precisa nada elaborado, não. A gente tá atrasada! Vamo!

Parecia que eu não estava ali. Ela gastou o tempo que precisou pra colocar o sujeitos, predicado, verbos e adverbios da oração nos seus devidos lugares para enfim falar com as senhoras.

Faço a menor idéia do que ela disse. Só sei que a gente chegou toda esbaforida no tal Bobino e, mesmo com 20 minutos de atraso, conseguimos entrar \o/ Sentamos nos nossos lugares e durante a hora seguinte eu assisti um espetáculo impressionante!

Os caras são sensacionais! São cinco homens e três mulheres que fazem todo o tipo de som misturando acapella e beat-box. O show é extremamente divertido, interativo, inteligente, inovador e criativo. Eles fazem interpretações super diferentes com as mais diversas músicas sem utilizar nenhum outro instrumento além da voz. E não so cantam como atuam, fazem um tipo de teatro no palco convidando a platéia toda a participar. Aquelas coisas que te deixam de sorriso no rosto por horas e horas mesmo depois que terminam. Virei supersuperfã do grupo e espero vê-los em breve. Um show incrível, que não estava no roteiro, mas que deu uma emoção toda especial a nossa aventura européia.

Saímos do teatro (não antes que eu perdesse e achasse minhas luvas superquentinhas)e fomos procuar alguma coisa pra comer. Encontramos no meio de restaurantes finos e caros uma barraquinha (nos padrões europeus, não brasileiros) bem fofa, com uma mocinha igualmente fofa fazendo crepes e sanduiches. Enquanto todos da fila pediam um ou outro nós pedimos os dois (dois pra cada uma, quero dizer). Não tinhamos nem mão pra tanta comida! Fomos nos deliciando pelo meio do caminho: Tatynha pelo fato de estar adorando um sanduíche que misturava abacate com mostarda e eu impressionada com o fato deles colocarem sempre pedaços tão generosos de queijo de búfala nos sanduíches, o que era maravilhoso!

Chegamos em casa tão cheias quanto cansadas. Mas tudo bem. Tínhamos visto a Monalisa, subido a torre, assistido o melhor show dos últimos tempos, comido queijo de búfala e ainda tínhamos um hotel 3 estrelas bem espaçoso esperando por nós \o/





beijo!

mari.augusto
terça-feira, 25 de janeiro de 2011 | By: Mari

Paris como sempre, Paris como nunca

Em junho de 2008 tive a oportunidade de conhecer Paris. Movimentada, charmosa, colorida, imponente, linda. Dois dias atrás, conheci uma outra cidade. Movimentada, chuvosa, cinza, imponente, igualmente linda. Paris é o tipo de lugar onde tem sempre alguma coisa imperdível acontecendo, não importa a época. É bem verdade que as baixas temperaturas não ajudam muito. Pelo contrário. Sair da cama no friozinho, tomar banho, vestir três blusas, mais um casacão, meia-calça, legging, calça jeans, meia, toca e o que mais tiver pra se manter aquecida não é lá das coisas mais empolgantes do mundo, mas descobrir Paris é motivação mais que suficiente pra tomar coragem e encarar o gelo do lado de fora do quarto.
Na saída do nosso hotel, em Bercy, demos logo de cara com uma feira que fica ali durante todo o fim de semana. Vende-se de tudo por lá: bijouterias, artigos antigos, casacos, blue-ray, enfim. No caminho, vários restaurantes pequenininhos e charmosos que cheiravam a frango assado. Olhamos tudo e continuamos caminhando meio sem rumo, esperando dar a hora do check-in do hotel. Durante a caminhada, vi que no final da rua tinha como se fosse um tapete branco no chão e notei e as pessoas que vinham de lá estavam com os sapatos cheios de um tipo de espuma branca. Não acreditei que eu tivesse a menos de um quarteirão de ver neve de pertinho! Fomos chegando perto e vimos que estava havendo uma gravação ali. Tinha várias câmeras, gente ao redor com um monte de equipamento de TV e um cara com um tipo de mangueira gigante espalhando a “neve” pra tudo que é lado na rua. Ai, adorei ver aquilo no meu primeiro dia de Paris! Tá, não foi neve de verdade, mas foi uma amostrinha do que é a cidade, das surpresas que ela reserva nos cantinhos mais inesperados.





Demos continuidade a nossa caminhada e comecei a perceber que não eram os prédios que balançavam, era eu que não estava no meu equilíbrio perfeito depois das 12 horas de sacolejo no trem [pra ser sincera até agora sinto as coisas rodarem e preciso me apoiar em alguma coisa de vez em quando pra me manter em pé...¬¬]. Mesmo meio tontas, resolvemos desbravar a cidade. Decidimos ir ao Louvre e caminhar um pouco na Champs Elysees. Como queríamos descobrir alguma coisa nova, descemos na parada anterior ao museu pra ver no que dava. Subimos as escadas da estação do metrô e quando olhamos pra trás, vimos uma pista de patinação de gelo cheia de gente, com uma música animada, um carrossel do lado e um montão de lojas em volta, todas com placas vermelhas com a palavra SOLDES em letras garrafas. Per-fei-to! Ficamos animadíssimas, claro, tratamos de alugar nossos patins por 5 euros e lá fomos nós felizes da vida experimentar a nova diversão! Só que o troço escorrega muuuuuito! Tatynha, claro,em sua forma física invejável e incrível talento para esportes e aventura de qualquer tipo, estava super ambientada, inclusive segurando na minha mão, me dando altas dicas de como me manter em pé em cima do gelo.

Talyta: Mariana, larga o corrimão! É fácil, é só tirar o pé do gelo, escorregar, dar passos largos, e se quiser parar é só virar de lado. É igual andar de patins normal!

Aham! Na teoria, eu tava entendendo tudo! O negócio era juntar as dicas sem esbarrar nos patinadores profissionais, sincronizar o movimento dos braços e das pernas e não fazer a cara de “to concentrado todas as energias que eu tenho pra dar um passo nessa pista sem levar um tombo”. Apesar disso, eu tava indo razoavelmente bem. Consegui ficar de pé, andei de um lado pro outro sem segurar nem em Tatynha nem no corrimão (\o/) e já estava curtindo ficar ali, dando uma de profissional do gelo. Isso tirando o fato de eu não estar sentindo meu pé há um tempão ¬¬
Tudo perfeito, então.



Tatynha: Quer ir embora?
Mariana: é, vamos, senão não dá tempo. Vamos só dar uma última volta e a gente vai.

Que última voltinha, Mariana?! De onde vc tirou última voltinha? Já tava metidinha toda na pista de patinação. Quando já tava saindo, uma menina passou do meu lado super rápido e se estabacou no chão. Mas foi muuuuuito feio/engraçado! Ela não só caiu, como foi deslizando no gelo com as costas todas no chão! Eu que estava totalmente focada nas dicas de Tatynha para uma boa patinação, me desconcentrei totalmente com a queda da outra e me desequilibrei. Só que fui caindo aos poucos, o que ainda não sei se foi pior ou melhor. Percebi que tinha perdido o equilíbrio e que ia cair pra frente de joelhos no chão. Comecei a mexer os braços, balançando o corpo pra frente e pra trás pra ver se me equilibrava de novo. Parecia uma ave qualquer apavorada por qquer coisa. Esforço em vão. Tava crente e abafando que sairia ilesa da pista, mas se fosse assim não seria eu, claro! Parecia um caqui gigante vestida com aquele casacão enorme laranja jogada naquele chão gelado. Kkkkkkkkkkk Que cena ridícula, meu Deus! Ainda bem que minha professora tava do meu lado ajudando a levantar o caqui. Rindo, mas ajudando.

Ai, ai. Depois de mais um mico, seguimos pro Louvre, mas como já estava tarde decidimos não entrar e voltar no dia seguinte. Ficamos passeando nos arredores, tirando foto, impressionadas com a quantidade de brasileiros que cruzavam com a gente. Quando escureceu resolvemos dar uma de turistas refinadas e fazer compras na Champs Elysee. Descobri que eu sou menos consumista que eu pensava. Sério! Ou mais mão de vaca do que eu pensava. Andei, entrei, olhei e comprei.... um hidratante. Na farmácia! Sei lá, acho que não tenho muito saco de passar horas em uma loja fazendo compras. Não em Paris. Os minutinhos a mais que ficava lá dentro me davam a sensação de que tava perdendo alguma coisa extraordinária do lado de fora. Mas é inegável que o aquecedor das lojas era quase tão atraente que os monumentos naquele frio de rachar.

Nossas aventuras parisienses acabaram com a pouca energia que nos restou depois da noite no trem. Voltamos pro hotel, mas não antes de entrar no mercado e comprar chocolate, fruta e iogurte (os daqui são incomparáveis) pro nosso jantar. Já tava cansada de pão, sanduíche, crepe, etc.



Ótimo dia. Surpreendente, movimentado, divertido. Como Paris.

Beijo,

mari.augusto

P.S: os títulos desse blog estão uma porcaria, eu sei. É o frio que diminui minha criatividade...:P

No meio do caminho

Antes de começar a falar de Paris, queria registrar aqui as 12 horas que percorremos de trem de Barcelona até lá. Estávamos certas de que nossos assentos eram cadeiras super reclináveis, acolchoadas e tudo mais que a mocinha que nos vendeu o ticket no Brasil disse. Chegando na estação descobrimos que passaríamos a noite em um tremhotel, que só tem cabines com camas, tipo beliches. Ótimo. Como a minha experiência anterior em tremhoteis não era das melhores, fiquei meio tensa de encarar aquilo de novo. Não estava psicologicamente preparada. Mas ok, vamos lá. Entramos com aquelas malas super pesadas batendo nas paredes do corredor, casaco numa mão, bolsa em outra, cheia de sacola pendurada no ombro, pagando aquele miquinho de sempre. Entramos na cabine que deveria ser a nossa e demos de cara com dois homens que já estavam com suas malas acomodadas na parte de cima da cabine, o que me fez pensar o que faríamos com as nossas e imaginar a maravilha de noite que passaríamos dormindo com aqueles dois esquisitões. Os caras ficaram mais surpresos do que nós mesmas com a nossa presença ali. Pediram pra conferir nosso ticket e nos deram a melhor notícia que eu poderia receber naquela hora: estávamos na cabine errada! Aquela era só masculina. Uhuuuul! Acho que dei até um risinho de tanto alívio! Seguimos batendo nossas malas até o vagão seguinte e encontramos uma cabine livre, só com uma moça um pouco mais velha que a gente sem bagagem quase nenhuma e que nos recebeu com um sorriso doce e simpático, bem mais convidativo do que as caras de espanto dos esquisitões. Depois da troca de sorriso e uns minutos de silêncio,ela arriscou iniciar o papo em francês comigo. Coitada... claro que não rolou, ne? Daí ela tentou o espanhol e eu,aos trancos e barrancos, fui levando a conversa. Mathilde contou pra gente que era do sul da França mas que tinha morado algum tempo em Madri e por isso falava as duas línguas com fluência. Perguntou sobre nosso roteiro e pra cada lugar que dizíamos que íamos visitar, ela tinha alguma coisa pra dizer, alguma história pra contar, ou mesmo suas impressões e experiências. Fiquei impressionada com o fato dela saber tanta coisa, tantos detalhes e perguntei de onde vinha tanta sapiência :P Ela contou que era doutoranda e que estudava História da Arte. Aaaaaaah! Agora sim tudo fazia sentido. O papo rendeu boas risadas e ainda rolou por muito tempo até que decidíssemos dormir. Ela contou que as passagens de avião na Europa são mais baratas do que as de trem mas que ela preferia viajar assim, dentre outras coisas, por conhecer pessoas de outros lugares como a gente. Boa observação. Boa escolha. Só assim ela fez valer cada minutinho dentro daquela cabine apertada mas cheia de observações interessantes, boas risadas e troca de conhecimento. Dormimos ao som da porta que estava com a maçaneta ruim e batia o tempo todo, e eu acordei na manhã seguinte em Paris, satisfeita com a doce surpresa que noite anterior nos tinha reservado. Em Paris, Mathilde anotou o número do seu telefone pro caso de precisarmos de alguma coisa e nos levou até o taxi, onde nos despedimos com a sensação de que tinha muitas coisas e pessoas maravilhosas esperando por nós.




mari.augusto
sábado, 22 de janeiro de 2011 | By: Mari

Doce Barcelona

Para os que tinham alguma dúvida, Barcelona vale muuuuuuuuito a pena! É uma cidade movimentada, mas ao mesmo tempo tranquila. Tem muitos parques e árvores, que formam uma paisagem impressionante junto com o mar, mesmo no inverno. Começamos nosso roteiro visitando as maravilhas de Antoni Gaudi. O gênio Gaudi, quero dizer. Esse cara é O nome em Barcelona. Muitos dos principais monumentos de lá são atribuidos a ele, como a Sagrada Família, o Parque Guell, La Pedrera, Casa Batllo. São todos im-pres-sio-nan-tes! O Parque Guell me dixou emocionada. É uma obra de arte como eu nunca vi igual. As formas do parque são arredondadas, como se fossem ondas, os pilares possuem detalhes delicadíssimos no topo e as paredes contam com um tipo de mosaico feito de azuleijos coloridos que dão um ar todo especial ao lugar. Tudo isso no alto da cidade, de onde se tem uma vista privilegiada. Enquanto se caminha pelos lindos jardins, artistas tocando contrabaixo, violão, e fazendo todo o tipo de apresentação encantam os turistas que passeiam por ali. É tudo apaixonante e o difícil foi ter que ir embora.

A casa Batllo (se pronuncia valhió) também deixa de boca aberta qualquer arquiteto moderninho pelo vanguardismo e ousadia presentes na construção. As únicas retas da casa são as frestas de ventilação do lugar. Sensacional! Fui caindo de amores por Gaudi a cada obra dele que víamos.



Isso pq ainda não tinha visto a Sagrada Família, que é indescritível. É fenomenal, é perfeita, é tudo que tenho pra dizer.

Biciletar em Barcelona também é único! Nosso guia australiano não ajudou muito com aquele sotaque esquisito, sem contar que a cada parada ele queria comprar umas cervejas (pra ele e pra gente) e fumar um cigarro. Aliás, Barcelona inteira fede a cigarro. As pessoas passam o tempo inteiro fumando e a maioria tem os dentes estragados, até os mais jovens...¬¬





O idioma foi outro ponto negativo na cidade. A espertona aqui achou que chegaria falando o espanhol mal falado que praticou na Argentina e que estaria tudo bem. Doce ilusão! Catalão é incompreensível! é uma mistura de francês com italiano mais espanhol que confunde qualquer um. E o povo de lá é muito orgulhoso de sua língua e tem tradições muito prórpias, diferentes do resto da espanha. Bem, o jeito foi apelar pro nosso sempre salvador "inglês" \o/

No final, tudo certo! Quer dizer, mais ou menos. Empacotamos nossas coisas pra deixar o hostel e... adivinhem? Tranquei os cadeados da malas com a chave dentro!!
kkkkkkkkkkkkkk
A minha cara! Passagens, carteira, documentos... tudo dentro da bolsa! Tentei com grampo, com clipe, com todas as chavinhas que nosso colega árabe tinha pra emprestar e nada! A soluação foi rasgar a bolsa e resgatar meus preciosos pertences!

Ok, documentos resgatados, agora é so entrar no taxi e ir direto pra estcação, certo? Errado! Pena que só percebemos que não tinhamos feito o pagamento da última diára do albergue quando já estávamos dentro do carro. arghh!

Ou voltávamos pra pagar o que faltava ou perdíamos o trem pra Paris. Claro que peferimos correr o risco de ficar com o nome sujo na Espanha do que perder as maravilhas da capital francesa! Chegamos na estação morrendo de medo de encontramos a polícia esponhola nos esperando pra levar pra cadeia, mas ela não apareceu. Aflitas, ligamos pra nosso amigo árabe tentando dar nossas explicações, dizendo que poderíamos depositar na conta dele, enfim!

No telefone:
Talyta: "Oi, é Talyta"
Mariana: "É Hola, Tatynha"
Talyta: "Hola, I'm Talyta."

Ela começou a misturar uma coisa com a outra, num portunhol, misturado com franclês, que só ela entendia. Daí pra lá eu só fazia rir. Ela olhava pra mim enquanto ouvia o que nosso amigo árabe dizia e balançava a cabeça querendo me dizer que não estva entendendo nada. Cômico!

No final das contas, tudo que ela enntedeu da ligação foi: "your card... debit".
Só sei que dessa frase totalmente compreensível ela deduziu que estva tudo pago e que poderiamos ir pra Farnça sem medo da polícia.

O susto ainda rendeu boas risadas no trem e até agora nos divertimos com a história!

Chegamos em Paris há pouco, estamos saindo pra dar um oi! pra Torre e até agora tudo que posso dizer sobre a cidade é que é gelada e que os edfícios por aqui chacoalham... sério!

Assim que descobrir mais alguma coisa volto por aqui!
=)

beijo!

mari.augusto
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011 | By: Mari

Aterrisando...



Enfim, Europa! 6 horas (que mais pareciam 12) naquele avião balançante e nossa recompensa foi colocar nossos pés ansiosos no aeroporto de Lisboa. Passamos pela imigração com um sorriso simpático do carinha da cabine e rumamos pra Barcelona. Não antes de passarmos uns minutinhos provando todos os perfumes do freeshop, claro!

Vôo tranquilo pra Espanha, comissários charmosos, compras no avião, um céu lindo e pouco minutos depois estávamos em Barcelona. Nos acomodamos no nosso apertado, porém muito bem localizado albergue. Os donos parecem árabes, que falam um espanhol tenebroso e um inglês pior ainda. Não que isso faça qualquer diferença quando tudo que mais se quer é conhecer, olhar o desconhecido e descobrir o que ele nos reserva. Nos aprontamos e depois de descer as muitas escadas do hostel demos de cara com Las Ramblas. Uma avenida enooooooorme, muito movimentada, charmosa e super turística! Por ali encontramos o mercado La Boqueria, uma feira gigante, colorida, que mistura o cheiro dos doces com os peixes e óleos que são vendidos.

Caminhamos mais um pouco enquanto nos divertíamos com as muitas estátuas vivas da avenida, que são um show a parte para os turistas. A fome apertou e decidimos comer um prato típico. Todos os restaurantes nos ofereciam umas tais Tapas, então fomos a elas!

Resultado: é a coisa mais idiota que eu já vi! São porções, tipo petiscos, que eles oferecem. Vc pode escolher uma porção de salada de tomate, outra de bolinho de nada com coisa nenhuma, falsa cebola empanada (que na verdade são rodelas de ovo horrorosas),e uma omelete que eles chamam de torta espanhola. Com coragem, enfrentamos o prato, que por pouco não me fez vomitar e passar mal logo na primeira noite...¬¬

Pra compensar, decidimos comprar chocolates na feira. 12 euros gastos. Os chocolates, segundo Tatynha, foram uma enganação só!

"Mariana, come isso daqui! O cara disse que é tipo cookie , mas é Neston!"
"Então, prova esse de avelã"
"Isso não é avelã de jeito nenhum!"
"E o de menta?"
"Horrível!"

Risada pra noite toda!

A experiência valeu pra decidirmos que no dia seguinte iriamos de Mc Donalds! ^^

Pretendíamos andar mais mas as lojas foram fechando, o ambiente foi ficando esquisito e a gente decidiu voltar pro nosso quartinho, que estava deliciosamente quente. Papeamos, mandamos noticia para os familiares saudosos e lá pras 22h já estávamos na cama, o que de modo nenhum foi frustrante, já que estávamos exaustas, com o fuso trocado e ansiosas pelo dia seguinte, que nos trouxe grandes emoções!

Agora não dá pra contar pq minha roomie precisa que eu apague a luz, mas amanhã conto as aventuras que se seguiram, ta? =)

beijo!

mari.augusto
terça-feira, 18 de janeiro de 2011 | By: Mari

Decolando...


Agora sim. Horas e horas decidindo o que iria ou não na mala, depois outras muitas horas organizando e reorganizando os casacos enormes dentro da única mala que propus a levar, e finalmente consegui terminar tudo. Em algumas horas vou estar mais uma vez no Velho Mundo. Dessa vez, com um pouco mais de tempo pra turistar, algumas cidades a mais pra visitar e uma companhia diferente. Meu presente de formatura não poderia ser melhor! Um única noite de festa, vestido longo, cabelo arrumado e maquiagem feita por 12 dias na Europa na companhia da minha bióloga predileta!

Então tá, duas das pessoas mais lentas e indecisas que já ouvi falar se juntam pra fazer um roteiro simples, poucas cidades, uma semana no começo do mês, nada muito complicado. Pra qualquer dupla que não essa, quero dizer. Diante do impasse da coisa, contratamos a melhor agente de viagem de todos os tempos, que nos cobrou apenas nossa eterna gratidão.

Valeu a pena no fim das contas: quase uma semana há mais do que planejávamos, 6 cidades diferentes pra desbravar e algumas dicas valiosas de economia. Folgas combinadas no trabalho, passagens compradas, reservas feitas e toda a empolgação do mundo para a madrugada do dia 19, que de repente chegou \o/

Agora é só esperar mais um pouco e ver o que o frio junto com nossa empolgação, pouco dinheiro e muita curiosidade nos reservam. A cada ponto turístico, cada mico, cada compra, cada comida diferente, eu vou aparecendo por aqui, contando tudo o que a gente é capaz. Ou não! ^^

mari.augusto
domingo, 9 de janeiro de 2011 | By: Mari

10 coisas que aprendi nas minhas viagens

Não sou lá uma grande viajante, cheia de carimbos no passaporte e com várias viagens no currículo. Apenas o suficiente pra descobrir 10 coisas importantes a respeito do assunto. Vamos a elas:

1) A melhor parte de uma viagem definitivamente não é preparar a viagem, mas viajar.

2) Existem pessoas incríveis em toda a parte do mundo.

3) Existem pessoas insuportáveis em toda a parte do mundo.

4) Muito melhor do que conhecer cidades, museus, é conhecer gente. Elas são muito mais interessantes que qualquer monumento.

5) Se você é turista, haja como tal: tire foto, pergunte, faça mímica, compre um mapa, pague mico!

6) Ande. Muito. Esqueça os trens, taxis, ônibus. Os melhores lugares são os melhores justamente porque esses transportes não chegam até lá.

7) Faça amigos. Tantos quanto puder.

8) Escolha a companhia certa. Ela pode arruinar sua viagem ou fazer dela a melhor experiência do mundo, por mais simples que seja.

9) Acorde sempre cedo. E mantenha os olhos bem abertos o tempo todo.

10) Perca-se, fuja do roteiro. Uma viagem sem imprevisto não tem muita graça.

=)
mari.augusto

De malas sempre prontas



“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu.”

Precisa mesmo. Pouquíssimas coisas são tão enriquecedoras quanto uma viagem. Sair de casa, olhar uma arquitetura diferente daquela a que você se habituou, experimentar um tempero incomum, dormir em outro quarto, sentir outras temperaturas, ouvir outras formas de falar, conhecer culturas diversas, se relacionar com pessoas diferentes... isso tudo é impagável. Poder olhar você mesmo aquela estátua que aparece na TV e tirar suas próprias conclusões, descobrir aquilo que a TV não contou, sentir o cheiro que a TV não pode mostrar, sair do mundinho onde se vive e descobrir as maravilhas que há lá fora é o melhor presente que alguém pode receber. Isso não se dá, não se tira. Esse interesse, esse desejo, esse prazer pelo diferente, pelo novo, pelo desconhecido, sempre me moveu. E não importa muito a distância que se percorre, o lugar que se vai conhecer, se é de carro ou de avião. O que conta é o desprendimento, o impulso, a coragem. A viagem tem a capacidade de te despertar. É quase que um incômodo, uma ansiedade exagerada. É tanta vida lá fora, tanta vista que não se contemplou, tanta música que não se ouviu, tantos rostos que não se viu, tantos sabores que não se experimentou. Nesse imediatismo, minha cabeça sonha longe. E de longe ainda eu fico apaixonada pelo que vou encontrar, pelo que vou viver. Essas paixões não podem esperar muito e eu não quero demorar. Nem vou. Já estou me apressando em reencontrar conhecidos amores e conhecer tantos outros que me aguardam. Deus queira que eu tenha vida o suficiente para ver de perto todos eles!

mari.augusto
terça-feira, 4 de janeiro de 2011 | By: Mari

Tá decidido!



Mais um ano, de novo. E eu, de novo, atrasada. O post que deveria ser pra o primeiro dia de 2011 está saindo 3 dias depois do previsto. Típico. É, no mínimo, impressionante a capacidade que tenho de me atrasar. Pra tudo. Ainda que seja o compromisso mais esperado de todos os tempos eu to sempre chegando nos 15 minutinhos da tolerância. Levo muito tempo pra tomar qualquer decisão, por mais simples que seja. Não me permito ser impulsiva demais. Gosto do equilíbrio, da segurança, da certeza. Detesto descontrole, desespero e faço de tudo pra não ter que me arrepender de nada. Só que pensar, analisar as condições e tomar uma atitude acertada demora demais. A minha sorte? Sempre dá tempo. Ainda que seja nos últimos minutos, eu to sempre realizando o que sonhei, colocando em prática o que planejei. 2010 foi assim: um ano todinho meu. Pensei, repensei, fiz, desfiz, comecei, recomecei. Tracei várias metas, desisti e tracei várias outras. No final, eu vi que o que eu realmente queria estava ali. Pronto, concluído, como eu sonhei. O problema? É que eu corro demais. Canso demais, paro demais, penso demais, gasto tempo demais. Pra ser honesta, eu nunca perdi nada com isso. Nada. O jeito como levo as coisas sempre me trouxe grandes resultados. Tanto que sempre nas viradas de ano me dá até um medo de que o próximo não seja tão bom quanto os últimos, que têm sido tão maravilhosos. Mas exatamente por essa maravilha toda que eu quero que 2011 seja o ano da pontualidade na minha vida (excluindo os 4 primeiros dias, claro). Não quero só chegar e perder os 15 minutos de tolerância. Quero todos os segundos aos quais tenho direito. Acho que to precisando de menos tempo pra decidir e mais tempo pra aproveitar as decisões. Porque 15 minutos é tempo demais.

mari.augusto

p.s: acho que esse texto todo tá uma grande porcaria, mas se eu pensar muito a esse respeito não saio daqui hoje. E tenho um compromisso daqui a pouco e não posso me atrasar.
=)