Não mesmo! A principal diferença entre albergue e hotel é que o último é muito melhor que o primeiro! É bem verdade que apesar do cheiro de incenso e as intermináveis escadas, nosso albergue nos atendeu muito bem, principalmente depois da simpatia dos nossos amigos árabes ao receberam nosso pedido de desculpas por não termos pago a última diária. Mas depois de duas noites dormindo no aperto do Mendoza (pra eu pegar as coisas na minha mala, Tatynha tinha que levantar a dela e vice-e-versa)e outra na cabine balançante do trem, passar a noite no hotel três estrelas em Paris foi uma experiência incrivelmente prazerosa. Caminhar no quarto, espalhar as tralhas no chão, banheiro com box... hum, que maravilha!
Aproveitamos nossa noite de luxo, bem como o café da manhã. Nos empacotamos toda e fomos curtir nossa vida de turistas. Passamos a manhã no Louvre, que é como Paris: enorme e cheio de grandes obras de arte. Teria ficado o dia inteiro por lá, mas a falta de tempo e o excesso de peso na bolsa não permitiram. Mesmo assim, passamos horas admirando quadros incríveis (fico sempre babando com a capacidade desses artistas de iluminar a tela e fazer tantos detalhes que na maioria das vezes passam depercebidos numa primeira vista)! Também gastamos tempo olhando umas outras obras que sinceramente não entendo o motivo de terem tanta repercssão. Uns pedaços de pedra que não diziam nada, outras esculturas esquisitas, enfim. Aquelas coisas que a gente vai, olha, tira foto, mas não acrescentam nada na vida de ninguém (espero que nenhum artemaníaco leia isso ^^).
Depois do roteiro cultural/artístico fomos para o momento mais esperado: a torre! Pausa para observar que a dupla mais lenta de Natal dominou os mapas e diversas linhas de metrô em Paris com perfeição nunca antes vista na história daquele país. Íamos de um lado pro outro sem qualquer dificuldade na direção (tudo bem que a sinalização da cidade é impecável, mas isso a gente desconsidera)! Enfim, dois GPS em pessoa!
A maestria com o transporte nós compensamos com a dificuldade em controlar o tempo. Simplesmente não conseguíamos sair do lugar onde estávamos. Tudo nos impressionava e era difícil decidir visitar outra maravilha francesa. Justamente por isso nosso tempo com a torre ficou um pouco apertado. Duas das quatro entradas estavam fechadas e nós gastamos quase duas horas pra conseguir subir. Eu estava realmente disposta a encarar os mais de 300 degraus até o segundo andar da torre, mas como o frio destruiu toda a minha animação e a nenhuma disposição de Tatynha, resolvemos subir de elevador (?).
Ai, aquela vista, aquela sensação, aqueles segundinhos até chegar lá em cima são impagáveis! Mas melhor ainda é estar lá em cima, é olhar aquela cidade do alto, é experimentar a sensação que vc sempre imaginou que teria quando via as fotos dos amigos ou pela internet. Vc tá ali. Agora vc ó dono daquele momento, vc viveu, vc sentiu, vc viu. Agora sim vc tem a sua história, a sua experiência pra contar. E isso não tem preço!
Subimos, quase morremos congeladas, fotografamos e eu, como sempre, boquiaberta com o presente maravilhoso que Deus tá me dando!
Depois do momento "nãoacreditoqueeutoaqui" saimos correndo (literalmente) pro Teatro Bobino. É que tinhamos comprado ingressos pra assistir ao show do Voca People (\o/\o/\o/) as 15 (horário promocional) e adivinhem? Estávamos atrasadas, claro! Pegamos o metrô desesperadas, certas de que não conseguiríamos entrar. Descemos na nossa parada e pela primeira vez ficamos na dúvida a respeito de que direção tomar :P
Mariana (que em francês só sabe fazer o bico): Tatynha, pergunta ali pras senhoras como chega.
Tatynha pára e fica olhando pro tempo.
Tatynha: Como eu construo essa frase em francês?
Mariana: Ah, Tatynha! Po, a gente ta atrasada! é só dizer: "Bobino, civuplê!" Não precisa nada elaborado, não. A gente tá atrasada! Vamo!
Parecia que eu não estava ali. Ela gastou o tempo que precisou pra colocar o sujeitos, predicado, verbos e adverbios da oração nos seus devidos lugares para enfim falar com as senhoras.
Faço a menor idéia do que ela disse. Só sei que a gente chegou toda esbaforida no tal Bobino e, mesmo com 20 minutos de atraso, conseguimos entrar \o/ Sentamos nos nossos lugares e durante a hora seguinte eu assisti um espetáculo impressionante!
Os caras são sensacionais! São cinco homens e três mulheres que fazem todo o tipo de som misturando acapella e beat-box. O show é extremamente divertido, interativo, inteligente, inovador e criativo. Eles fazem interpretações super diferentes com as mais diversas músicas sem utilizar nenhum outro instrumento além da voz. E não so cantam como atuam, fazem um tipo de teatro no palco convidando a platéia toda a participar. Aquelas coisas que te deixam de sorriso no rosto por horas e horas mesmo depois que terminam. Virei supersuperfã do grupo e espero vê-los em breve. Um show incrível, que não estava no roteiro, mas que deu uma emoção toda especial a nossa aventura européia.
Saímos do teatro (não antes que eu perdesse e achasse minhas luvas superquentinhas)e fomos procuar alguma coisa pra comer. Encontramos no meio de restaurantes finos e caros uma barraquinha (nos padrões europeus, não brasileiros) bem fofa, com uma mocinha igualmente fofa fazendo crepes e sanduiches. Enquanto todos da fila pediam um ou outro nós pedimos os dois (dois pra cada uma, quero dizer). Não tinhamos nem mão pra tanta comida! Fomos nos deliciando pelo meio do caminho: Tatynha pelo fato de estar adorando um sanduíche que misturava abacate com mostarda e eu impressionada com o fato deles colocarem sempre pedaços tão generosos de queijo de búfala nos sanduíches, o que era maravilhoso!
Chegamos em casa tão cheias quanto cansadas. Mas tudo bem. Tínhamos visto a Monalisa, subido a torre, assistido o melhor show dos últimos tempos, comido queijo de búfala e ainda tínhamos um hotel 3 estrelas bem espaçoso esperando por nós \o/
beijo!
mari.augusto