Catalisadores naturais

Os últimos 4 dias foram uma injeção de ânimo em todos os sentidos. Um lugar paradisíaco, com algumas das minhas melhores companhias, risos, tombos, papos cabeça e outros nem tanto assim mudaram o meu estado mental de “o que que eu vou fazer?” pra “eu vou fazer”. E isso já foi um grande avanço, acreditem!

É engraçado que eu sempre achei que fosse muito decidida. Não com coisas bobas tipo “com que roupa eu vou” ou “aviso ou não que o dente dele tá sujo”. Nessas eu sempre gastei um tempo enorme e, na maior parte das vezes, fiz a escolha errada. Mas nas mais difíceis acho que me saia bem. Ainda que fosse doloroso, sempre tive orgulho de saber o que fazer, de ter a resposta pras minhas próprias perguntas. Mas acho que as coisas meio que foram desandando com o tempo. Talvez porque as opções vão aumentando, vc começa a ter o controle da sua vida e percebe que, mais do que nunca, o futuro que vc sempre quis depende dos passos que tá dando agora. Primeiro, vc acha que a decisão mais importante da sua vida é o curso que vai fazer. Depois, entra na faculdade, toma mais um monte de decisões difíceis e daí pra lá as coisas só pioram. A faculdade termina e ta... e agora? Alguém decide por mim, por favor?! Acho que meu poder de decisão é inversamente proporcional ao meu crescimento. Sério.

Mas aí, pra minha sorte, aparecem aquelas pessoas que em certas ocasiões são o seu melhor combustível, seu remédio, enfim, são os seus amigos. Incrível como algumas palavras, um conselho bem colocado podem ser o impulso que vc precisa para começar tudo. Ou recomeçar. Ou acabar. Ainda mais quando são da pessoa certa. E pra gente, os amigos são sempre as pessoas certas. Alguns não precisam nem ser muito claros na hora de expressar alguma opinião, eles só precisam olhar pra gente com aquela carinha de “eu entendo. não sei o que sugerir, mas eu te entendo”. Outros são mais incisivos e vem com seu futuro todo definido, só faltando o espacinho pra vc assinar embaixo. Os mais manhosos sugerem qualquer coisa, desde que seja por aqui, bem ao alcance deles, e aqueles mais otimistas enchem tanto a sua bola que vc sai do papo achando que é o dono do mundo.

Independente da forma, o que importa é aquilo que se reconhece na fala, no olhar, no gesto do outro: o carinho, o interesse por aquilo que é importante pra você, a preocupação em te ajudar com o melhor que ele tem. É isso que faz de alguém um amigo, daqueles que vc quer levar no peito pra vida inteira, seja pra responder as perguntas pras quais vc não tem resposta, seja pra repetir aquilo que vc já sabia, mas que mesmo assim precisava ouvir.

mari.augusto