Depois de uns minutos, estávamos, mais uma vez, diante do nosso problema de sempre: se levantar e sair. Com alguns protestos, deixamos a Sacre Coeur para um lugar, digamos, não tão santo assim. Tinhamos que ver o Moulin Rouge! Caminhamos uns minutinhos, paramos naquelas sempre tentadoras lojas de souvenir e logo chegamos na tal rua, que não tem nada a não ser Sex Shop. Mas são muuuuuitos. Um do lado do outro, com os mais variados nomes, tamanhos, enfim. Demos umas risadas com o naipe da avenida, fotografamos a fachada com o tal moinho vermelho em cima, fizemos um lanchinho no Mc pra não perder o costume e seguimos pra Notre Dame. Paramos na estação indicada, de onde conseguíamos ver a torre da igreja. Começamos a andar até lá, mas não conseguíamos chegar de jeito nenhum! Sei lá o que aconteceu. Só sei que a gente perdeu totalmente a direção, ficou meio que andando em círculos e nunca que chegava. Pra melhorar, a chuva apertou e encharcou meu já desgastado AllStar. Não conseguia mais sentir meus dedos naquela água congelada e aí decidimos entrar em uma das muitas lojas com a placa de Soldes pra comprar uma bota ou qualquer coisa do tipo. Experimentei tudo e descobri que calço 40 na Europa! Terrível, né? Mas o pior era que nenhuma das botas cano alto que eu pegava cabiam na minha perna gorda. Arrgh! Eu querendo ser charmosa em Paris com aquelas botas super finas e nenhuma fechava nas minhas batatas gigantes... tudo bem. As européias que tem pernas finas msm ^^ Com a minha frustração com as botas, o jeito foi dar uma olhadinha nos tênis. Acabei achando um da Nike preto e rosa bem fofinho, com o preço melhor que a aparência! Com 30 euros, estava com os pés aquecidos novamente (mais ou menos, pq tive que ficar sem as meias, que estavam bem molhadas).
Cansadas de procurar a igreja que só tinha as torres, decidimos ir embora pro hotel e fazer as malas pra viagem que faríamos em algumas horas. Saímos da loja e dei uma olhada pra trás bem despretensiosa. Não acreditei quando vi que a Notre Dame estava bem trás da gente! Entre risos e indignação com nossa própria incompetência, fomos até lá. Poderia escrever aqui com detalhes todas as sensações que estar ali dentro causou em mim, mas posso resumir dizendo que, assim como a Sacre Coeur e a Sagrada Família, Notre Dame é o tipo de construção que tira seu fôlego e faz os olhos brilhares. Fora disso, o que quero acrescentar é que lá descobri uma nova paixão: vitrais! Já tinha ficada apaixonada com os de Barcelona, mas os da Notre Dame são ainda mais estonteantes. A luz do lado de fora bate no vidro e enche a catedral com aquelas cores vivas e brilhantes dos vitrais, o que me fazia ficar admirando aquilo, como se fosse a mais incrível beleza do lugar. E era.
Mais uma vez, deixamos todo aquele encanto para os turistas mais sortudos, que tinham um pouco mais de tempo que a gente pra apreciar aquilo tudo. No caminho, paramos na Haagen-Dazs pra comer um doce. Enquanto namorava os quitutes decidindo o que ia comer e conversava alguma amenidade com Tatynha, o atendente com o cavanhaque mais estiloso que eu já vi perguntou o que a gente ia querer num português horrível, mas compreensível. Disse que queria um brownie e perguntei se era brasileiro ( Não parecia, mas sei la, né?)
O dono do cavanhaque: Não.
Mariana: E como vc aprendeu português?
O dono do cavanhaque: Turismo. Esse é muito bom (Se referindo ao brownie).
Mariana: Você precisa ir ao Brasil, vc vai gostar. Quanto é?
O dono do cavanhaque: 3, 50.
Até que pra quem nunca tinha estudado a língua, ele desenrolava bem. Sentamos, eu me deliciei com o brownie mais gostoso do universo e Tatynha se lamentou com a torta de nozes com caramelo que tinha pedido (ela detesta caramelo).
O dono do cavanhaque: Está gostoso?
Mariana: Tá uma delícia!
Ele ainda passou outras vezes na nossa mesa, cheio de simpatia. No caixa, eu vi uma japinha conversando com ele e morrendo de rir enquanto pedia alguma das delícias da loja. No fim da conversa ele soltou um Arigatô, e a garota parece ter adorado ouvir uma palavra familiar, assim como eu tbm adorei suas tentativas de falar português. Adorei! Atendimento perfeito, brownie tbm. Nunca me senti tão longe de Natal. Pq nunca, em nenhum estabelecimento dessa cidade, eu presenciei um atendimento como aquele. Gostamos tanto do carinha que na hora de ir embora Tatynha ainda estava com a torta inteira no prato e decidiu levar pra jogar em algum lixo longe dali só pra ele não ver que ela não tinha gostado. Kkkkkkkkkkkkkkkk Morri de rir!
Voltamos pro hotel, chamamos um taxi e, enquanto esperávamos, papeamos com o carinha da recepção que, fumando, falou de Ronaldinho Gaúcho, lamentou o fato de eu ser botafoguense e disse que era um desperdício o craque ter trocado o Grêmio pelo Flamengo. O taxi chegou e, antes de entrarmos, ele disse que eu era muito sortuda de estar visitando Paris pela segunda vez. Não que não soubesse, mas aquela lembrança me fez valorizar um pouquinho mais o presente maravilhoso de Deus pra mim. No caminho até a estação, abri bem os olhos tentando guardar tudo o que podia daquela cidade tão encantadora quanto surpreendente.
Beijo!
mari.augusto
Um comentário:
Parece que você tá falando de um lugar completamente diferente do que a gente visitou...
Que bom que vc teve essa oportunidade, Lasa!
=*
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